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Casamento?



Casamento?

Capítulo um:
Sim, eu tinha certeza que aquele era o meu destino que estava pronto para se cumprir.
Eu não tenho certeza, é o sonho de toda a menina não é? Um casamento lindo com rosas brancas caídas no chão e seus pais emocionados na primeira fileira de bancos, isso seria um sonho se eu tivesse casando com o cara que eu amo, não com o cara que os meus pais querem que eu me case.
Eu penso que ainda dá tempo de desistir, que dá tempo de fazer a faculdade, mas por outro lado não dá para decepcionar os meus pais.
-Você está linda querida. – diz minha mãe colocando as mãos sobre os meus ombros. – Não se arrependa do que está fazendo, é uma escolha muito nobre da sua parte.
“É, mãe, eu sei disso escolhi não decepcionar você e o papai, deixar meu verdadeiro amor sobreviver e me casar com um cara que eu nem sei o nome. Isso é muito nobre.”
Penso em dar essa resposta com um sarcasmo, mas ao invés disso digo com mais calma possível e ela sorri.
Eu respiro fundo e digo que não vou desistir: “Vamos, Amanda, pelo Bernardo.”
Eu segurava o buque de rosas vermelhas na minha mão, eu sei que sou meio nova para casar (tenho só 17), mas meus pais acham que quanto mais nova melhor.
Esse é o problema se eles não seguissem tanto os costumes dos antepassados eu não estaria aqui estaria com o Bernardo, tendo um encontro em uma lanchonete como qualquer outra adolescente normal faria.
Mas de acordo com os meus pais eu venho de uma linhagem importante de princesas e que se eu não seguir a tradição as bruxas que eram do outro século iram me amaldiçoar.
Eu entro na Igreja com o coração na boca, caminho o mais devagar possível vejo o meu breve marido na minha frente, ele não é feio, mas não é lindo como o Bernardo.
Pare Amanda, pare de pensar no Bernardo se não você vai começar a chorar no meio da Igreja.
Eu chego ao altar e a cerimônia começa. A cerimônia pode até ter começado, mas minha cabeça está bem longe dali em um lugar só meu.
Um lugar onde só eu posso estar com o Bernardo sentir o cheiro do cabelo dele, sentir o toque das mãos dele, sua pele suave e os seus lábios quentes, será que ele sabe que eu amo ele? Tipo quando nós ficávamos escondidos, ele dizia que nosso amor era mais forte e sinto que ainda é...
-Amanda?-todos estão olhando para mim como se estivessem esperando alguma coisa.
-Sim?
-Aceita ou não?
-Ahh, aceito, claro que sim.
Acabei de acabar com a minha vida. Mas irei continuar forte, vou continuar casada com esse sem graça: Sim.
Mas, nada vai me impedir de buscar meu amor verdadeiro, ele não vai poder fazer isso, ele sabe que eu não gosto dele vejo pelo jeito como ele me olha.
Entramos em um fusquinha com umas latinhas penduradas e no vidro está escrito recém-casados (típico), vou ao banco de passageiro olhando para frente.
-Oi. – ele diz.
-Oi.
-Não sou tão ruim quanto pareço.
-Não estou te julgando, não te conheço é que eu acho um saco casar com uma pessoa que sequer sei o nome ou a idade.
-Prazer, Mateus, 20 anos. E você?
-Prazer, Amanda, 17 anos.
-Você não é meio nova?
-Sou, é claro que sou, mas meus pais dizem que nossa família tem descendência direta com a família real por isso eles acham que temos que seguir as tradições.
-Somos dois, então.
-Ahh onde vai ser nossa “lua de mel”?
-Eu acho que é num hotel aqui mesmo.
-Nossa. Que romântico.
-Pois é, dizem que tem piscina lá e adivinha que suíte nossos pais alugaram?
-Imperial?
-Nossa você devia trabalhar em um oráculo, porque você está completamente certa.
Eu rio, ele não é tão mal assim, posso me acostumar com isso.
Chegamos a um lugar maravilhoso com um aspecto medieval cheio de tijolinhos, eu particularmente adorei as bromélias no jardim da frente deixou o lugar com um ar lindo.
Deixamos a mala com o mensageiro e subimos (a propósito subimos de elevador e eu não gosto nem um pouco porque eu meio que tenho fobia de elevadores) para o 12º andar. Quando eu vi aquela cama de casal enorme e cheia de pétalas de rosa não teve como não pular lá e afundar a cabeça naquela almofada que provavelmente era feita de ouro.
-Nossa quer ir para a cama tão cedo assim?Você é selvagem.
-Nossa como você é engraçado. - jogo uma almofada na cara dele.
Ficamos lá pulando na cama fazendo guerra de almofadas, na verdade ele é bem legal, legal mesmo nunca pensei que os meus pais arranjariam alguém divertido.
xxx-xxx
De noite depois que já tínhamos tomado banho (não juntos, tá seus pervos?), deitamos na cama:
-Sabe você não é tão ruim assim.
-Sério? Nem você é uma patricinha desalmada.
-Cala a boca, mas, eu quero que você saiba que eu sou apaixonada por um menino tem muito tempo e que esse casamento não vai mudar isso.
-Ok melhor ir dormir não acha?
-Claro.- eu viro a cara e durmo.
Espero que eu não tenha sido má, afinal está sendo difícil para ele tanto como está sendo difícil para mim e ele parece estar aceitando isso melhor do que eu.
            Capítulo 2:
Eu tive um sonho tão estranho eu sonhei que me casei forçada pelos meus pais e que o cara era super legal e... Acabei de descobrir que não é um sonho porque o cara está deitado do meu lado.
Ai meu deus, eu me casei. Eu não acredito que eu fiz isso mesmo, por que eu não desisti? Por que eu não fugi com o Bernardo?  Eu sou muito burra mesmo, mas tradição é tradição.
Levanto escovo os meus dentes, me troco e vou acordar o Mateus.
-Acorda.
-Não.
-Acorda.
-Só mais cinco minutos. – ele revira na cama.
-Não, levanta agora!
-Ta, já estou indo mamãe.
-Na verdade é senhora, sou sua esposa, lembra?
-Ah então se é assim, sim senhora.
-Veste uma roupa porque eu to a fim de nadar.
-Tá bom, vou me trocar me espera lá em baixo?
- Claro já estou descendo.
Eu deço de escada porque não sou nada fã de elevador, sempre tive medo de ficar presa ou de eu morrer lá dentro.
Sento em um sofazinho vermelho que parece ser de couro na recepção, fico olhando as fotografias de paisagens diversificadas e também de várias cervejas, sim eu também acho isso estranho, apesar do lugar ser simpático quem foi o tonto que misturou belas paisagens com cerveja?
Olho a cara das pessoas sei lá sempre gostei de observar as caras e as expressões e imaginar o que cada um poderia estar pensando naquele momento.
Por exemplo, uma mulher vestida de preto com a testa franzida e conversando no telefone com uma expressão estranha, ela acha que é indecifrável, mas condigo perceber um pontinho de choro nos olhos dela, coitada deve estar terminando o namoro ou algo assim.
-Pensando no que?- sinto uma mão tocar o meu ombro.
-Que susto!
-Calma não sou tão feio assim sou? – olhei para ele e vi seus cabelos negros meios arrepiados e seus olhos verdes mais foscos e o sorriso, não tinha notado como ele tinha um sorriso bonito.
-Você é feio sim.
- Olha só quem fala a rainha da beleza!
-Eu sou mais bonita que você, vamos tomar café estou morta de fome.
-Sim senhora. - ele diz sarcástico.
Vamos ao café e escolhemos uma mesa para dois perto da janela onde da para ver o movimento de alguns carros passando nas ruas.
Quando vou servir me surpreendo com a quantidade enorme de queijos, bolos e biscoitinhos amanteigados, sempre tive uma quedinha por esses biscoitinhos acho eles deliciosos e não enjôo.
Os sucos também são dos mais variados tipos, como eu amos suco de morango pego um copo e volto à mesa.
-Não sabia que você fazia o tipo “como o que eu gostar”, achei que só comesse salada. -ele diz com mais um de seus sorrisos.
-Outra vez, você se enganou sobre mim.
- O que posso fazer se não sou o oráculo?
-Por que você tem que ser tão sarcástico?
-Porque assim as coisas ficam mais fáceis para mim, acha que é fácil um casamento arranjado?
-Eu sei que não é fácil tá?
-Então, tente não reclamar tanto. Tente levar as coisas numa boa e fique tranqüila, não parece, mas eu também estou enlouquecendo.
-Por que você não demonstra seus sentimentos então?
-Porque você me acharia um chato se eu fizesse isso e não tentasse me divertir.
-Eu sei que é difícil tá, me desculpe, vou tentar reclamar menos e tentar fazer com que de certo.
-Obrigado. – ele parece surpreso pelo seu tom de voz.
-Ah então o que quer fazer?
- Que tal se fôssemos relaxar na jacusi do quarto? Tem menos gente e a água é quente. Topa?
-Topo.
Eu sou obrigada a subir de elevador, porque subir 12 halls de escadas não é nada fácil, sempre que entro no elevador fico mais pálida o pior é que são doze andares de elevador, então isso meio que pressiona.
Chegando no quarto eu entro no banheiro e me troco , visto um biquíni e vou para a jacusi, Mateus já está me esperando lá.
-Não sabe o que está perdendo, ta super demais aqui.
-Desculpe se eu tenho que colocar biquíni para nadar e não posso sair por ai de short entrando nas piscinas.
-Isso mesmo curve-se a mim. Sou superior.
-Claro... - reviro os olhos.
-Entra logo.
- Tudo bem. – eu coloco os pés na água e acreditem ou não aquela água morna me faz relaxar de um jeito que eu nunca tinha relaxado antes ela é tão boa e ao mesmo tempo nem percebo que Mateus está ali me observando.
-Ah você está bem?
- Sim, é que eu nunca me senti tão relaxada na vida, é como se tivessem feito uma mágica ou algo do gênero.
- Também tive essa reação quando entrei na piscina. Só que foi meio diferente.
-Por que?
-Eu não estava usando biquíni, e a parte de cima dele não caiu. – disse e como eu sou lerda demorei um pouco para entender o que ele queria dizer.
-Que merda!
-Calma, deixa que eu amarre. - ele se aproximou e amarrou meu biquíni, firme, mas não de um jeito forte.
Então percebi o que estava acontecendo e comecei a espaçar Mateus e gritar seu ninfomaníaco!
 - Calma você preferiria que eu não tivesse avisado?
-Pouparia vergonha.
-Então pode tirar.
-Seu idiota. – eu bato nele de novo.
-Ai, vey,desse jeito você vai me aleijar.
Não respondo por que eu estou com raiva e porque eu sou chata.
-Senhora?
Ainda não falo.
-Mandy?
Que porra meu nome não é Mandy, meu nome é Amanda.
Eu saio da jacusi e vou para o banheiro, por que eu tenho que ser tão chata? Mateus é tão legal comigo.
Ele nunca fez nada de mal para mim, a não ser ter nascido ninfomaníaco.
-Amanda, você está bem?
-Se estivesse no meu lugar você estaria bem?
- Olha pelo lado positivo eu também não estava com a parte de cima quando a gente estava na piscina.
-Mas, isso não importa para você, você pode sair sem camisa na rua que ninguém vai ligar porque você é homem.
-É quase a mesma coisa, se eu colocasse silicone seria a mesma coisa.
Eu não consigo deixar de soltar um sorriso abafado.
-Eu estou com vergonha e sou muito chata então eu vou dormir no banheiro, espero que não se importe de ter a cama só para você.
- Não me importo, mas, ainda são 10 horas da manhã. Você não vai querer aproveitar o dia?
-Não sabendo que você sabe como são os meus peitos.- ouço uma risada abafada atrás da porta.
-Amanda, desculpa cortar seu barato, mas daqui a algum tempo nossos pais vão querer netos. E vamos ter que fabricar os netos para eles.
-Cala a boca.
- Só estou sendo realista...
Não agüento e expulso ele do quarto.
-Você vai ficar ai fora até eu achar que te perdoei.
-Ta bom, mas  eu vou aproveitar a cidade sozinho, sem você.
-Pode ir, eu tenho coisa melhor para fazer.
-Estou indo.
Ele sai, eu sei disso porque uns segundos depois eu checo a porta, eu não sei porque eu fico magoada comigo mesma eu não devia cabei de conhecê-lo não devia ficar desse jeito, mas é que ele foi tão legal comigo e eu fui tão estúpida ele deve estar me achando uma chata ( e eu sou mesmo) é que eu não sei como reagir está sendo tão difícil.
Volto para a porta esperando Mateus chegar, mas na hora que eu estou sentada na porta eu vejo Bernardo, penso que é loucura que pode não ser ele, mas é ele e ele vem na minha direção.
-Amanda?
-Oi.
-Lembra de mim?
-Claro que me lembro. Como poderia esquecer?
Capítulo três:
Ai meu Deus, por que o Bernardo tinha que vir e estragar tudo? Na verdade já estava tudo estragado, mas não importa! Eu Mao ele , não vou deixar de amar nem por um segundo.
-Já se casou?
Mostro minha aliança e ele faz uma cara triste.
-Você sabe que foi tudo para te salvar, não sabe?Meus pais matariam você.
-Eu sei, o cara é legal?
-É, mas não se compara a você.
-Eu posso te beijar?
-É claro que pode.
Então ele me beija sentir a sensação dos nossos lábios e ao mesmo tempo me sinto culpada por estar beijando alguém que não é o meu marido.
Quando finalmente nos separamos eu sinto a respiração quente dele no meu pescoço, eu devo mesmo estar enlouquecendo.
-Não devia estar junto com você.
-Se você me ama com certeza devia estar junto comigo.
Ele me beija de novo dessa vez de uma maneira mais profunda e intensa.
-Temos que pensar em um jeito de ficarmos juntos. – digo separando-nos um pouco, mas seu rosto ainda está a milímetros de distância do meu.
-Deixa que isso a gente resolve depois... – ele se aproxima para mais um beijo,mas eu corto.
-Não. Eu tenho que resolver isso agora! Não entende? Eu sou casada!
-Mas ainda assim você me ama não é?
-Amo é claro, mas eu tenho meus deveres a cumprir.
-Seu maior dever no mundo é amar. E fazer suas escolhas e se eu estou te entendendo bem você está me escolhendo.
-Não é questão de escolher, você entende que eu não posso escolher , se eu escolher você está declarada a sua morte.
-Você não entende que eu morreria por você?
-O que você quer de mim?
-Quero que me faça acreditar que me ama mesmo.
-Duvida que eu te ame?
-Não é isso...
-É sim, eu conheço essa sua cara. Eu não deveria estar te contando isso, mas eu me casei pensando em você! E se isso não é suficiente não sei mais o que é!
-Isso é sério?
-É sim.
-Obrigado. – ele beija a minha testa e vai embora eu não sei por que ele faz isso,mas tudo bem menos uma preocupação na minha cabeça.
Respiro fundo e vou para a cama, o dia mal começou e já está sendo longo.
xxx-xxx
-Acorda. – eu ouvia uma voz sussurrar no meu ouvido.
-Oi?
-Você está melhor?
-Estou obrigada.
-De nada.
-Tenho que te contar... Quando você esteve fora o Bernardo esteve aqui, não me pergunte como porque eu não sei... Eu sei que ele falou comigo e nos beijamos duas vezes, me desculpe sei que não devia ter feito isso e que eu sou uma tonta...
-Você não é uma tonta. Você só agiu como seu coração mandou e é isso que eu estou admirando em você agora, e também a sua sinceridade outra garota nunca contaria para o marido que beijou outro cara. - que coisa linda nem sei o que falar.
-Desculpe, eu te julguei mal, muito mal.
-Não tem problema. - nessa hora eu desabo no choro, como ele pode estar sendo tão legal comigo? Ele vê que eu começo a chorar e me abraça dizendo que tudo vai ficar bem e que ele sabe que é difícil, que ele sente o mesmo e que é para eu me acalmar que no fim das contas tudo vai dar certo.
-Me desculpe estou chorando igual a uma doida. Não devia estar fazendo você ter que me aturar desse jeito.
-Estou aqui para isso, sou seu marido lembra?
-Eu... nem sei o que falar...
-Não fale.
Ficamos abraçados até de noite quando ele me levou para a varanda e nós tentamos contar as estrelas uma por uma, mas sempre nos confundíamos depois nós pedimos um chocolate quente na recepção e nós bebemos vendo aquele filme “Titanic”  eu chorei e ele riu da minha cara, acho que eu nunca tinha tido uma noite tão incrível como aquela, era a melhor coisa que já tinha me acontecido desde o meu nascimento.
-Sabe acho que você não é um marido ruim, eu gosto de você.
-Também gosto de você.
-Mesmo com as minhas crises?
-Mesmo com o meu sarcasmo?
-Sim.
-Então acho que vou ter que aprender a aturar suas crises.
-Vamos cantar juntos? Sei lá nada melhor para fazer.
-Claro, que música você quer cantar.
Ligo meu iPod no aleatório e começa a tocar she will be loved.
-Gosta?
- Claro quem não?
Nós cantamos juntos a noite toda sem nem nos importamos se estávamos atraplhando os outros hospedes.



Capítulo 4:

Eu não sei por que não faço idéia do motivo pelo qual eu estou gostando de companhia, eu a garota que sempre teve seus ataques de “quero ficar sozinha” e “Larga do meu pé” eu sou esse tipo de pessoa que sempre tomou as decisões sozinha e não vou deixar que um cara que eu nem conheço ainda atrapalhe isso. Eu vou sim ter outra crise não me achem uma chata, mas eu tenho os meus princípios e um deles é sempre, sempre mesmo fazer as coisas sozinha porque a vida me ensinou que eu não posso contar com as pessoas.
Estou decidida eu nunca mais nunca mais vou cair de novo, não vou deixar que um garoto me abale porque eu sei que no final quem vai sair sofrendo sou eu.
Vou tentar ser menos simpática, mas não desagradável. Quer saber? Foda-se eu vou ser do meu jeito as pessoas é que me aguardem eu vou ser alguém na vida e não mais qualquer um eu vou fazer a diferença no que eu for fazer e não vou deixar que o meu passado me atrapalhe.
É isso, não vou mais deixar que os meus pais influenciem na minha vida.
Pego um papel e escrevo: “Desculpe Mateus, mas eu decidi seguir minha vida. Espero que me entenda, aproveite a oportunidade faça o mesmo. Desculpe de novo. Beijos.”
Junto as minhas coisas e saio, um pouco culpada pro sair assim sem mais nem menos, mas a primeira coisa que eu vou fazer vai ser procurar  Bernardo, meu único amor.
Eu sei que isso é o certo a se fazer, é o que o meu coração manda não é?
Quando eu deixo o hotel uma pontada de culpa me atinge, eu nem sei para onde eu estou indo, bom se o número de telefone do Bernardo continuar o mesmo eu sei sim.
-Alô?
-Bernardo?
-Sou eu.
-Oi, é a Amanda.
-Oi.
-EU fugi do hotel, eu não consegui me casar forçada com uma cara que eu não gosto e nem conheço eu quero ficar com você.
-Isso é ótimo.
-Onde você está?
-Na Inglaterra.
-Inglaterra?
-É meus pais alugaram um apartamento aqui.
-Eu tenho muito dinheiro, talvez eu possa comprar uma passagem você me buscaria no aeroporto daqui algumas horas?
-Claro que sim.
-Muito obrigado.
-De nada.
-Eu te amo, beijos.
-Também te amo beijos.
Desligo o celular, já tenho um destino: Londres.
Pego um taxi para o aeroporto mais perto que é em Lisboa (acho que me esqueci de mencionar que eu e Mateus passamos a lua de mel em uma cidade no interior de Portugal).
O próximo vôo sai as 22h00min, são 11:00 da manhã então eu acho que dá tempo de conhecer a cidade, pelo menos eu acho que dê tempo.
xxx-xxx
Mateus:
Desculpe Mateus, mas eu decidi seguir minha vida. Espero que me entenda, aproveite a oportunidade faça o mesmo. Desculpe de novo. Beijos.”
Pego o papel e não acredito no que eu estou vendo, eu estava sendo legal não é? Ou será que não? Para ela me largar assim sem mais nem menos, ela era legal, gostei muito dela, achava que aquele casamento podia dar certo nós poderíamos acabar nos gostando (ou ela podia acabar gostando de mim), se eu a procurasse, ela voltaria?
O único problema agora é descobrir para onde ela foi.
Se eu conseguir fazer isso, metade do caminho já foi.
xxx-xx
Amanda:
Como demora a chegar 22:00, isso aqui é um saco, só tem museu e artesanato típico, eu quero um shopping de verdade!( não pensem que eu sou uma patricinha,mas é que  em certos aspectos eu sou sim)
É serio, se uma pomba chegasse aqui e começasse a falar comigo eu acharia ótimo, eu não gritaria ou achara que eu estou louca. Por favor, pomba venha falar comigo! Eu não quero ficar sozinha.
Não vai adiantar nada eu ficar chamando pombas para falarem comigo eu sei que isso não é possível.
Cadê o Mateus aqui quando se precisa dele?
Quer dizer eu não preciso dele, ele nem é mais meu marido, deixou de ser desde hoje.
Deixando bem claro para vocês que eu não preciso dele tá? Não preciso, não preciso, não preciso, não preciso.
Viram?
Falando nisso são 21:30 melhor eu ir não acham? Além de estar quase na hora do meu vôo estou tomando o lugar dos mendigos dormirem.
Pego a minha bolsa e confiro se está tudo lá, por sorte eu não perdi a passagem, eu sei que talvez eu esteja errada, mas Inglaterra ai vou eu!
Entro no avião pensando se realmente fiz o certo, eu fiz tenho certeza.
Capítulo 5:
A dor de cabeça é muita quando acordo com a chamada da aeromoça.
Eu vou vê-lo de novo, eu vou vê-lo!
Quando desço procurando o rosto dele em meio à multidão, não sei por que uma pontada de culpa me atinge e eu meio que passo um pouco de mal, mas tudo fica bem quando eu vejo um lindo loiro na minha frente acenando.
-Oi- ele diz mexendo no cabelo.
-Oi- digo sorrindo timidamente- finalmente, achei que nunca iria ver você de novo e que nunca mais poderíamos ficar juntos.
-Nunca diga nunca.
-Awn, como você é fofo. Vamos, não agüento mais ficar na rua.
-Vamos, vou pegar o carro.
Eu não consigo acreditar que eu fiz isso mesmo, simplesmente não posso acreditar.
Eu consegui, vou ser feliz para sempre aqui, agora sim eu posso falar que eu tenho um marido um marido que me merece e que luta por mim, como eu luto por ele.
-Sabe, eu nunca pensei que eu iria fugir de Portugal para me casar com você isso tudo é uma loucura.
-Uma loucura? É claro que é o amor é uma loucura. - ele falava enquanto olhava para estrada na nossa frente às bordas da estrada estavam cobertas de neve, eu achava lindo por mais que eu já tivesse visto neve na vida.
-É você está certo.
Não sei por que está ficando difícil de conversar com o Bernardo nunca foi difícil para mim falar com ele, sempre expressei os meus sentimentos mas agora eu não estou conseguindo falar nada eu quero dizer o quanto eu estou feliz e o quanto eu amo ele, mas eu simplesmente não consigo é muito difícil.
Eu nunca tive esse problema sobre os meus sentimentos doidos, na verdade as únicas pessoas com quem eu consegui falar eram com a Mi e com ele, mas não sei por que eu não consigo mais.
-Chegamos. - ele aponta para uma casinha branca com flores na janela, nunca pensei que aquele fosse o estilo dele. – Eu sei não é muito meu estilo é que todas as casinhas daqui têm que ser iguais.
- Como você sabia o que eu estava pensando?
-Dá para ver nos seus olhos.
Eu sorrio sem graça como ele consegue ser tão fofo?
-Entra.- eu entro e a casa é maravilhosa ele disse que era uma casINHA?Pois é ele é um mentiroso, a casa é linda e não é nada pequena, os moveis tudo é perfeito.
-Como você pode falar que isso é uma casinha é enorme, maravilhoso!
Ele ri:
-Nem tanto...
-Para, porque você sabe que é sim, é demais!
-É o que eu posso fazer?
-Me beijar.
-Sua atirada, vem cá. – ele segura a minha cintura e eu entrelaço meus braços no pescoço dele e nossos lábios se tocam e de repente tudo em volta de mim desaparece, pareço estar no céu como é bom ter a sensação de beijá-lo de novo de ter ele para mim de novo e poder chamá-lo de meu.
Nós nos separamos do beijo, ofegantes e ele ri da minha cara, tento imaginar porque mas nem pergunto já sei que é bobagem.
-Fica comigo para sempre?
-Fico.
xxx-xxx
Mateus:
Perguntei em todos os lugares, ninguém viu a Amanda. Sabe eu nem devia ter ouvido os meus pais, eu já conheço Amanda tem um tempão parece que ela é a única que não sabe disso.
Há muito tempo que estamos marcados para nos casarmos, sei disso desde que tinha 13 anos, mas ela parece não saber.
Nossos pais nos compromissaram, eu não sei direito o porquê, eu sei que era o nosso destino ficar juntos e então desde sempre eu venho observando cada movimento dela, tudo o que ela faz tudo o que ela diz por que tudo que sai daquela boca é perfeito.
xxx-xxx
Amanda:
Eu sabia que tinha tomado a decisão certa, eu e o Bernardo nascemos um para o outro. Não tem como negar, tudo está ótimo.
Nada vai poder estragar o que eu sinto por ele, nada mesmo nenhuma merda de motivo tenho para justificar que ele não me ama porque ele me ama sim, e ama muito.
Afinal se não amasse porque me buscaria no aeroporto? Porque me beijaria daquela maneira que me fez sentir tão bem?
São duvidas totalmente irracionais já que se tratam do Bernardo, ele é perfeito e nunca vai fazer nada para estragar o que nós temos, ou será que vai?
Ai para cabeça, eu cansei tá? Cansei desse jogo de duvidas cruel.
Capítulo 6:
Eu acordei com uma dor de cabeça infinita, não sei porque , eu tive um sonho muito estranho:
Eu sonhei que deixei o Mateus de lado e fugi com o Bernardo para uma casinha que ele tinha na Inglaterra a casinha era toda legal, bonita uma casa dos sonhos eu acho.
Eu não sei por que na hora eu me senti um tanto culpada por deixar o Mateus, mas depois que eu encontrei o Bernardo tudo melhorou.
Eu estou começando a achar que a minha cabeça é muito complicada, de verdade porque é que eu tenho esses devaneios estranhos e loucos, será que é porque eu sou uma doida que vive em outra dimensão e que os meus sonhos são a minha dimensão....
É eu sou completamente doida.
-Bom dia, bela adormecida. - não sei por que ouço a voz de Bernardo, não era para o Mateus estar me chamando, já que eu sou a esposa dele?
-Bom dia.
Ele vem e me beija, eu não dou o direito dele me beijar!!!!!
-Sai!
-Calma. – e ai que eu abro os olhos e vejo que aquele é Bernardo.
-Desculpe, eu achei que tudo fosse um sonho.
- O que fosse um sonho?
-Nós, não somos um sonho né?
Ele ri e me olha nos olhos.
-Você é o sonho de todo o cara não se pode falar o mesmo de mim.
-Você também é um sonho, seu fofo.
Ele ri descontraidamente e me beija, o beijo dele é doce, seus lábios são macios e as mãos dele se arrastam pela minha cintura, eu puxo o cabelo dele como se fosse arrancar todos os fios, o desejo dentro de mim por ele é muito forte.
-Tem certeza?
-Tenho.
Ele sorri maliciosamente para mim, ele tira a própria blusa e arranca a minha como se não agüentasse mais esperar para arrancá-la.
Eu entrelaço as  minhas pernas na cintura dele  e vou arrastando a calça dele para baixo, até que enquanto ele suga o meu pescoço, ouço-o murmurar “Vadia burra”
Paro instantaneamente o que eu estava fazendo.
-Como assim vadia burra?
-O que?
-Você acabou de murmurar “Vadia burra.” Quero saber o que significa.
- Que isso, continua aqui... Não era nada.- ele agarrou  as minhas pernas.
-Era sim, esse tempo todo... A única coisa que você queria era abusar de mim, você nunca me amou e nem nunca vai amar!
- Eu amo você... Pelo menos a parte que herdeira do dinheiro dos seus pais... Porra, eu disse isso alto?
- Disse! Para mim já ta claro o suficiente que éramos uma mentira!
- Por favor... agora eu te amo!
- Não ama, pare com esse teatro imbecil!
-Ta, então sai da minha casa sua vagaba.
-Com todo o prazer.
Pego a minha mala que graças a Deus ainda não foi desfeita, mando um beijo para ele e saio.
Quando pego distancia daquela maldita casa eu começo a chorar sei que Bernardo não merece o meu choro, mas é que eu perdi tudo, dei tudo, eu....
Não agüento eu começo a chorar e me sento na calçada, como eu pude ser tão burra?
xxx-xxx
Mateus:
Se ao menos eu soubesse onde aquele Bernardo mora...
Eu ia lá e buscava a Amanda.
É muito triste não ter ela comigo, ela que sempre alegrou os meus dias com o sorriso totalmente radiante, ela não merece o Bernardo, mesmo eu não conhecendo ele, ela só pertence a mim.
Eu não sei o que fazer ela é tão perfeita, um anjo se ao menos tivesse um jeito...
Já sei!
A empresa de taxi do Hotel, eles podem me falar para onde ela foi.
-Bom dia, eu sou casado com Amanda Reys. Ela saiu com um taxi ontem de manhã, posso sabe para onde ela foi?
-Pode...
-Ela pegou um taxi indo para o aeroporto internacional de Lisboa, vôo para a Londres.
-Muito obrigado.
Ótimo, agora eu já tinha um destino: Londres me aguarde.
xxx-xxx
Amanda:
Quando já estou cansada de chorar ligo para Mi e ela fala que tudo bem se eu passar umas semanas antes que as aulas comecem na casa dela.
Não é uma má idéia, a Mi vai me ajudar muito.
Ok, agora eu tenho que sair, vou indo pegar o vôo mais perto para Erlang, Alemanha.
É eu sei eu vou parar em cada lugar que nossa senhora, da um trabalho daqui a pouco nem os meus pais agüentam pagar as despesas mais.
É eu sei isso é triste, mas eu juro solenemente que esse é o ultimo lugar onde eu me hospedo, sério mesmo.
A não ser que haja um Bernardo filha da puta lá, ai eu acabo com o dinheiro dos meus pais até achar um lugar que não aja Bernardos filhas da puta.
Simples assim.
xxx-xxx
Mateus:
Chego ao aeroporto de Londres e vejo que vai ser uma confusão para achar ela aqui (em Londres digo).
Mas é isso que eu vou fazer, eu vou procurar até que a minha alma morra.
Ou seja, eu nunca vou parar.
Pego a mala e saio andando sem rumo, mas antes paro para um cafezinho...
E quando eu entro no café não acredito no que os meus olhos vêem:
-Amanda?
-Mateus?
Foi mais fácil do que eu imaginei.
-O que você está fazendo aqui?
-Vim te encontrar.
- Besta e se eu não estivesse no aeroporto?
-Mas você está.
- O que você quer?
- Eu te amo.
-Você nem me conhece.
-Conheço o suficiente para saber que eu te amo.
-Olha, Mateus, você é super legal. Mas não sei se essa é à hora para falarmos sobre isso, sério as coisas com o Bernardo não foram boas e eu não quero entrar em um relacionamento agora.
-Não tem hora certa para o amor.
-Você ta certo, eu não amo você, até lá você vai ter que esperar. Desculpa você é um fofo, super legal, mas não é para mim...
-Entendo, mas onde eu te encontro?
-Pega esse endereço. - ela coloca um papelzinho na minha mão. - seja feliz, comigo você não vai ser feliz, tenha certeza disso.
A única certeza que eu tenho é que eu só vou ser feliz com você, penso em falar isso alto, mas não posso, ela deve estar magoada.
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Amanda:
Por que Deus? Por que agora?

Capítulo7
-É sério acontece cada loucura na minha vida que eu nem te conto. - digo para Mi enquanto estamos deitadas na cama.
-Conta sim! Começa desde o começo.
- Você sabe que os meus pais me obrigaram a casar com um cara né?
-Á muito tempo, baby.
-Pois é o cara foi um fofo comigo desde o começo e eu fui uma grossa totalmente idiota.Larguei ele e fui morar com o Bernardo, lembra dele?
Mi faz que sim com a cabeça.
-Pois é, eu descobri que o idiota só queria me comer!
- Que horror!
-Mas essa não é a pior parte, foi ai que eu te liguei.
- E ai?
-Quando eu estava no aeroporto eu encontrei o Mateus, ele disse que me amava e que tinha ido a Londres para me procurar, eu fui má com ele de novo.
-Porra, um homem fofo e lindo aos seus pés uma raridade e você esnoba?Desculpa amiga, mas você foi idiota.
-É eu sei e acho que não vou conseguir ele de volta.
-Não mesmo.
- O que eu faço?
-Só relaxa.
xx-xxx
Mateus:
Estou sentado no café até agora, com o papel que Amanda me deu na mão. Eu estou segurando ele com força como se não quisesse que a sensação da mão dela na minha não sumisse.
Me pergunto aonde foi que eu errei.
O que foi que eu fiz de errado?
-Oi. Posso me sentar com você? O café está lotado.
-Claro que pode. – olho para frente e vejo uma menina linda, extremamente diferente, perfeita: Loira, com os olhos verdes, magra, mas com curvas o suficiente para ser bonita. Ela era extremamente diferente da Amanda uma beleza muito diferente e eu gosto da beleza diferente dela .- Oi.
-Oi. Qual é o seu nome?
- Carol.
-Prazer, Mateus.
- Então você está indo para onde?
-Não sei exatamente se vou para algum lugar.
- Então por que você veio para o aeroporto?
- É uma longa história. E você para onde está indo?
-Erlang.
-Ah.
Nossos olhares se encontram e eu não sei por que eu morro de vontade de beijá-la e é o que eu faço, eu encosto os nossos lábios.
Minha surpresa é que ela responde o beijo. Ela responde de uma forma carinhosa eu não sei por que, nem nos falamos muito, só que eu acho que vou ter que parar eu fiz isso com raiva da Amanda, não dá para continuar.
-Desculpa.
-Tudo bem, eu vou indo. A gente se encontra aqui meu telefone se você precisar de qualquer coisa.
-Tudo bem. –pego o papel com o telefone dela e ponho no bolso junto com o endereço de Amanda.
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Amanda:
Por que eu não posso ser uma pessoa legal? Por que eu não posso ser legal com todo mundo?
Por que eu tenho que ser uma chata insuportável?
Aff’, que merda.
Sociedade, eu tentei tá? Tentei mesmo, mas não dá.
Eu não consigo ser legal porque primeiro eu sou totalmente expressiva, eu não agüento nada calada, sou chata por natureza assim mesmo.
- Você ta melhor? Se não tiver foda-se eu trouxe chocolate quente e isso sempre melhora.
-Na verdade nesse caso eu vou lembrar-me do Mateus, porque teve uma noite em que tomamos chocolate quente juntos.
-Olha só esquece ele. Ele é passado, não foi você quem dispensou ele no aroporto?
-Foi. Lamentavelmente fui eu sim...
-Então, sua vida não depende dele você não estava bem antes de conhecê-lo? Você sobreviveu dezessete anos sem o Mateus.
- É você tem razão. Então Mi e as suas férias como elas estão indo?
-Muito boas, já conhece o Ed?
-Ed?
-É amor meu namorado.
-Namorado??? UHU, TENHO QUE CONHECER!!! – grito essa parte não sei porque é meu jeito de ser histérica, ou seja, eu estou histérica.
-Ele vem para cá semana que vem você vai conhecê-lo.
-Ótimo.
-Amy, promete que vai esquecer ele?
-Amy?
-É seu apelido agora.
-Prometo.
Eu errando de novo prometendo coisas que eu não posso cumprir, isso vai lá Amanda fode com tudo de novo você tem o poder de fazer essas coisas.